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29 de novembro de 2018 Blog

Mais de metade dos homens com mais de 60 anos tem aumento da próstata. Esta condição é denominada hiperplasia prostática benigna (HPB) ou hipertrofia benigna da próstata. Não se sabe exatamente por que este aumento ocorre. No entanto, não é câncer e não provoca câncer. É importante mencionar que alguns homens podem apresentar sintomas da HPB enquanto outros não.

Sintomas

Micção frequente. O sintoma mais comum da HPB é a vontade de urinar com mais frequência, inclusive durante a noite. Isso ocorre porque a próstata pressiona a uretra, que conduz a urina para fora do corpo. Devido a pressão, os músculos da bexiga passam a trabalhar mais para liberar a urina. A bexiga, eventualmente, pode começar a se contrair, mesmo quando apenas uma pequena quantidade de urina está presente, criando a vontade de urinar com mais frequência.

Dificuldade para urinar. A pressão sobre a uretra pela próstata aumentada e o trabalho suplementar exigido aos músculos da bexiga pode levar a outros sintomas da HPB como, por exemplo, demora para iniciar a micção e urinar com um fluxo mais fraco do que antes. O homem pode sentir que ainda há urina dentro da bexiga mesmo após ter acabado de urinar.

Incapacidade de urinar. Se a HPB bloqueia completamente a uretra, pode resultar em incapacidade de urinar. Isto também pode ocorrer como resultado de infecções ou se os músculos da bexiga se tornam excessivamente fracos. A incapacidade de urinar é uma condição séria que pode danificar permanentemente os rins ou a bexiga. Neste caso, deve-se procurar um pronto socorro de urgência.

É importante consultar um médico se o homem começa a apresentar sintomas da HPB.

Quem pode ter HPB?

A próstata cresce ao longo da vida de um homem, começando na puberdade e novamente a partir dos 25 anos de idade em diante. Normalmente, o homem não apresenta sintomas do aumento de tamanho da próstata antes dos 40 anos, mas até 90% dos homens têm sintomas de HPB após os 85 anos, cerca de um terço dos homens com sintomas apresentarão algum transtorno evidente de HPB.

Não se sabe porque a próstata continua crescendo ao longo da vida de um homem. Hormônios como a testosterona, di-hidrotestosterona (DHT) e estrogênio podem estar envolvidos na regulação do crescimento da glândula.

Por outro lado a vasectomia e a atividade sexual não aumentam o risco de HBP. Tampouco não se sabe porque alguns homens têm sintomas enquanto outros não.

Os sintomas da HPB também podem ser sintomas de outras doenças, incluindo tumores e infecções, por isso a importância de consultar um médico se aparecem sintomas, para realizar o diagnóstico correto e descartar outras possíveis causas.

Devemos lembrar que alguns dos sintomas da HBP são os mesmos do câncer de próstata. No entanto, a HPB é muito mais comum do que o câncer de próstata.

Diagnóstico

O diagnóstico da HBP baseia-se nos sintomas que o homem apresenta, seu histórico clínico e resultados de alguns exames, como:

  • Toque retal, para avaliar o tamanho e forma da próstata.
  • Ultrassom.
  • Biópsia da próstata.
  • Estudos do fluxo de urina.
  • Cistoscopia, para observar o interior da bexiga.

Tratamento

O tratamento da HPB vai depender dos sintomas apresentados e sua intensidade. Infecções recorrentes, problemas para urinar, incontinência urinária e danos aos rins podem impactar significativamente na qualidade de vida do homem. Alguns medicamentos ou cirurgia podem ajudar se os sintomas são severos.

Medicamentos para Fluxo de Urina

Os medicamentos, como os bloqueadores alfa, são prescritos para tratar a pressão alta e podem ajudar a relaxar os músculos da bexiga e próstata, permitindo que a urina flua mais livremente. Os bloqueadores alfa incluem silodosina, alfuzosina, tamsulosina, doxazosina e terazosina. Um efeito colateral comum destes medicamentos é diminuir ou provocar ausência de ejaculação.

Medicamentos para parar o Crescimento da Próstata

Inibidores da 5-alfa redutase são drogas que podem parar o crescimento da próstata ou mesmo diminuir seu tamanho. Eles agem através da redução da produção do hormônio DHT. Exemplos destes medicamentos são a dutasterida e a finasterida. A desvantagem destes fármacos é que eles podem diminuir o desejo sexual e provocar disfunção erétil, podendo demorar até um ano para se perceber os benefícios do uso destes medicamentos.

Combinação de Medicamentos

Em alguns casos tomar mais de um medicamento pode ser benéfico. Combinar um medicamento que retarda o crescimento da próstata com um que relaxa os músculos da bexiga pode funcionar melhor do que as mesmas drogas administradas individualmente.

Procedimentos Invasivos

Quando os medicamentos não são eficazes para o alívio dos sintomas, procedimentos para remover o excesso de tecido da próstata devem ser considerados. Dois procedimentos normalmente podem ser realizados no consultório de um urologista: ablação transuretral por agulha (TUNA) e ablação por radiofrequência e terapia transuretral com micro-ondas (TUMT). Estes procedimentos são menos invasivos do que a cirurgia convencional e podem ser realizados em menos de uma hora.

Cirurgia

A ressecção transuretral da próstata (RTUP) é um procedimento cirúrgico para HPB. Nesta técnica um instrumento é inserido através do pênis e uretra para remover uma parte de tecido prostático. A cirurgia a laser transuretral é mais comumente realizada. Existem diferentes procedimentos com laser:

  • Vaporização fotoseletiva (PVP). Usada para evaporar tecido da próstata em excesso abrindo o canal urinário.
  • Ablação por laser Holmium (HoLAP). Similar ao PVP.
  • Enucleação a laser de Hólmio (HoLEP). Para emoção do excesso de tecido que obstrui a uretra.

Conduta Expectante

Se o homem apresentar sintomas leves, o médico pode sugerir observar a evolução do quadro clínico por um tempo determinado. Um check-up anual ou com mais frequência pode ser necessário. Em alguns casos a doença nunca precisará de quaisquer tratamentos se os sintomas não piorarem. Na verdade, os sintomas tendem a se resolver por conta própria em até um terço dos casos leves de HPB.

Mudanças no Estilo de Vida

Algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar no alívio dos sintomas, como por exemplo:

  • Reduzir o consumo de álcool e cafeína;
  • Evitar beber líquidos na hora de dormir, e ingerir pequenas quantidades ao longo do dia;
  • Evitar o uso de descongestionantes e anti-histamínicos;
  • Praticar exercícios regularmente;
  • Criar o hábito de ir ao banheiro quando tiver mais vontade;
  • Esvaziar totalmente a bexiga, aguardar um momento e tentar novamente;
  • Praticar técnicas de relaxamento e contra o estresse.

Hiperplasia Prostática Benigna x Sexualidade

Algumas evidências sugerem que homens mais velhos com HPB podem ter mais problemas sexuais e alguns medicamentos usados para tratar a HPB podem provocar problemas de ereção e ejaculação. É importante conversar com o médico, ser honesto e deixar os pudores de lado para esclarecer suas dúvidas. Eventualmente a troca de medicação poderá resolver esses problemas.

Finalmente muitos homens não sabem que têm HPB e outros nunca apresentarão sintomas. Mas, para aqueles que não tiverem sintomas importantes, existem várias opções de tratamento disponíveis.

Sempre consulte o seu médico se notar alguma mudança ou o aparecimento de quaisquer sintomas.

 

Fonte: Oncoguia

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29 de novembro de 2017 Blog

O acidente vascular cerebral (AVC, também conhecido pelo termo leigo “derrame”) é a principal causa de morte no Brasil atual, situação que se repete em diversos lugares do mundo moderno.

Dentre os tipos de AVC, o mais frequente é o embólico, e ocorre de duas formas: na primeira, um fragmento de sangue coagulado se forma no coração (êmbolo), e, viaja pelos vasos sanguíneos até o cérebro. Na segunda, uma placa de aterosclerose se forma na artéria carótida (vaso sanguíneo situado no pescoço e que leva sangue ao cérebro) e eventualmente se rompe, lançando fragmentos de sangue coagulado, cálcio e colesterol na direção dos vasos cerebrais. Em ambas situações, os fragmentos e êmbolos obstruem uma ou mais artérias do cérebro, que sem receber sangue, sofre a morte de parte de suas células.

A estenose (estreitamento) das artérias carótidas ocorre pela formação da chamada aterosclerose. A aterosclerose é uma degeneração gradual da parede das artérias, cujas principais causas são: Hipertensão arterial (pressão alta), diabetes, tabagismo e colesterol alto. A aterosclerose vai provocando uma obstrução gradual das artérias, fazendo com que o espaço para a passagem do sangue fique cada vez mais estreito, e podendo chegar à obstrução (entupimento) total.

Nas artérias carótidas, porém, existe ainda um componente mais grave: A força da passagem do sangue pode romper a placa de aterosclerose, fazendo com que seus detritos alcancem a circulação cerebral e provoquem o derrame.

SINTOMAS

A doença carotídea é traiçoeira: pode passar desapercebida por vários anos, e o seu primeiro sintoma pode ser justamente o AVC. Na sua forma mais comum, o AVC provoca uma súbita perda dos movimentos em um lado do corpo (braço e/ou perna), e eventualmente perda da fala, mas pode ser até mesmo fatal. Tais sintomas podem se reverter total ou parcialmente com o tempo, ou deixarem seqüelas graves.

CONFIRMANDO A PRESENÇA DA DOENÇA

O diagnóstico da doença carotídea começa na consulta clínica: a história clínica do paciente, análise dos seus fatores de risco e exame físico podem sugerir que a doença esteja presente.

O exame inicial para confirmação da doença carotídea é o ultrassom-Doppler, um exame simples, sem o uso de radiação e que não requer preparação do paciente. Neste exame (figura 1), o médico pode ver o estreitamento das artérias e medir a velocidade com que o sangue passa em seu interior. Quanto mais alta a velocidade, maior o grau de estreitamento.

A tomografia computadorizada com contraste ou a angiografia (cateterismo) são exames usados para confirmar definitivamente a doença, e que também ajudam no planejamento do tratamento.

TRATAMENTO

O Tratamento começa pelo combate aos fatores que provocam o aparecimento e progressão da doença: controle da pressão arterial, do diabetes, do colesterol alto e cessação do tabagismo. Medicações antiagregantes plaquetárias (que “afinam o sangue”) também são usadas.

Para os pacientes com estreitamentos moderados e sem histórico de AVC, a escolha usual é o tratamento medicamentoso (vide acima). Mas para casos onde o estreitamento é muito severo, o ideal é corrigi-lo. Isto pode ser feito de duas maneiras, descritas abaixo:

Cirurgia convencional

Na cirurgia convencional, o paciente recebe usualmente anestesia geral, e o cirurgião vascular faz uma incisão (corte) no pescoço e remove cirurgicamente a placa de dentro da artéria carótida. Assim, o sangue volta a fluir normalmente pela artéria e o risco de AVC diminui substancialmente. É uma cirurgia que costuma levar de uma a duas horas e com resultados muito bons quando adequadamente indicada.

Angioplastia com stent

Na angioplastia com stent (figura 2), o paciente recebe usualmente anestesia local (e às vezes uma leve sedação), e o cirurgião vascular faz uma punção (perfuração) na artéria da virilha, chegando por meio de cateterismo até o pescoço. Uma vez perto da lesão, coloca um “stent”, espécie de rede tubular metálica, que dilata o estreitamento da artéria, fazendo-a voltar ao tamanho original. Da mesma forma que a cirurgia, o sangue volta a fluir normalmente e o risco de AVC diminui substancialmente. A angioplastia costuma durar entre 25 e 45 minutos, e tem resultados igualmente bons quando executado por médicos experientes.

COMO PREVENIR A DOENÇA DA ARTÉRIA CARÓTIDA?

Aqui entram as regras clássicas para uma boa saúde: evitar a vida sedentária e a obesidade, fazer exercícios regulares, visitar seu médico regularmente para “check-ups” periódicos, controlar a pressão arterial e o diabetes quando presentes e não fumar.

Naturalmente, cada indivíduo ao desenvolver a doença carotídea aterosclerótica, carrega consigo características pessoais com inúmeras possibilidades de apresentação clínica, alterações anatômicas e diferentes doenças associadas. Logo, a decisão de qual ou quais as adequadas modalidades/técnicas de tratamento a serem adotadas, após avaliação de suas vantagens e desvantagens, deve ser estabelecida pelo médico que assiste o paciente.

 

Fonte: SBACV – Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular


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